Análise química ii

Preciso de ti, água!
Em ti respiro, em ti nado.
O meu ser,
esse esterco inacabado
dissolve em ti toda a sua mágoa
para que, num nado eterno
o amor por ti possa esquecer.

Em março mergulhei em ti.
Lembrar-me faz
sentir o frio que a vinte senti.
Num lívido sargaço me tornei
nesse sargaço agora fugaz.

Sou peixes logo
sou dois, então.
Por favor, peço-te que me deixes
neste mar de solidão!

Ouvi sermões
escutei atentamente e em mim encerrei
a vontade imperiosa de não ser homem
para  poder não ter ambições.